As raízes do café no Brasil foram plantadas no século XVIII, quando as mudas da planta foram cultivadas pela primeira vez por Francisco de Melo Palheta, em 1727, no Pará. De maneira tímida, o café se espalhou pelo litoral brasileiro, rumo ao sul, até chegar à região do Rio de Janeiro, por volta de 1760. Nessa época, a cana-de-açúcar era o produto mais cultivado no Brasil e contribuía para o seu crescimento econômico. Quando a produção açucareira do Caribe cresceu, o Brasil não conseguiu competir com os preços e viu sua produção dessa lavoura diminuir drasticamente. Por outro lado, aumentou a demanda de café pelos mercados consumidores da Europa e dos EUA e, assim, o Brasil decidiu mudar seu foco para a produção de cafeeira. 

Esses dois fatores ajudaram a impulsionar a produção em escala comercial no início do século XIX. Em 1820, o café tornou-se o produto mais exportado do Brasil e, em 1840, o país se tornou o maior exportador de café do mundo.

No século XIX, Minas Gerais era a província com maior concentração populacional: cerca de 2 milhões de habitantes. Esse número expresso foi fruto do Ciclo do Ouro, período em que a província mineira era cobiçada por suas jazidas de ouro e diamante. Com o fim do ciclo do ouro, a produção e a comercialização do café ganharam destaque no cenário mineiro. A cultura do café substituiu a exploração das jazidas e trouxe mais riquezas e investimentos para o estado.

Em Minas Gerais, as primeiras lavouras de café surgiram no final do século XVIII. Por volta de 1800, havia cafezais em número reduzido no Triângulo Mineiro. Em 1809, todavia, já era apreciável a produção de Araxá. Mas a cultura do café desenvolveu-se de forma mais intensa na Zona da Mata, pela sua maior proximidade com o Rio de Janeiro. Seguiu-se a região vizinha do vale do Paraíba e os municípios de Mar de Espanha, Juiz de Fora, Leopoldina, Cataguases e Ubá, mais tarde centros cafeeiros da maior importância, embora a lavoura marchasse com êxito para o sul e oeste de Minas pelo vale do rio Preto, alcançando Goiás.

Manuel Procópio, Itamar Morais, Newton Ferreira Paiva, José Pedro Ribeiro, Estevam Costa e Silva, João Urbano de Figueiredo e Homero Frota

As primeiras culturas de café no sul de Minas Gerais foram introduzidas em Aiuruoca, Jacuí e Baependi, no vale do Sapucaí, em fins do século XVIII. Historiadores acreditam que os tropeiros, com seus carregamentos de queijo, toucinho, carnes salgadas e tabaco em rolo, em direção ao Rio de Janeiro, são os responsáveis pela introdução das primeiras mudas de café na região sul mineira. 

A expansão das lavouras do sul de Minas Gerais, no entanto, tinha um entrave muito grande à época: as dificuldades de transportes, pois as vias de comunicação eram precárias e as distâncias a serem percorridas muito longas. Mas, em meados do século XIX, as lavouras de café ganharam impulso na região, com destaques para Poços de Caldas e São Sebastião do Paraíso.

A chegada das linhas ferroviárias, a partir de 1880, contribuiu para solucionar o problema de transportes. À medida que se abriam novos trechos, as localidades favorecidas também ingressavam naturalmente numa etapa de progresso, como ocorreu com as cidades de Três Corações (1884), Poços de Caldas (1886), Varginha (1892), Pouso Alegre (1895) e Guaxupé (1904).

0 café consolidou-se no município de Varginha a partir de 1885, quando começaram a despontar nas colinas e morros os primeiros cafezais, em substituição às lavouras de cana-de-açúcar. Já no final do século XIX, o Sul de Minas desponta na produção de café, formando, com o norte-nordeste do estado de São Paulo, o centro político e econômico do país.

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