Postado em 04/08/2021 | Compartilhar com


BRASILEIRO DE MINAS GERAIS NA DISPUTA DO NOBEL DA PAZ 2021
Indicado ao prêmio, ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli é o nome da vez


Alysson Paolinelli, Engenheiro Agrônomo, Secretário de Estado de Agricultura de MG por três vezes e Ministro da Agricultura pelo governo Ernesto Geizel (1974 a 1979). Um homem de várias facetas, mas com um objetivo comum. Fazer do Brasil um país autossustentável no quesito alimento. Aos 84 anos, fora indicado ao Nobel da Paz 2021 pela contribuição e dedicação à agricultura tropical, segurança alimentar e sustentabilidade que as novas tecnologias trouxeram à produção de grãos no Cerrado brasileiro em larga escala.  Um visionário que já abordava estes temas em meados de 1970.  

Ele foi o responsável por esta revolução agrícola, elevando o Brasil para o patamar de primeiro lugar em exportação de alimentos básicos. Paolinelli iniciou esse movimento de crescimento econômico sustentável, visando a alimentação saudável. Com isso, reduziu o custo destes insumos dentro de casa, uma vez que passaram a ser cultivados em solo brasileiro, permitindo que as famílias aplicassem o seu dinheiro em outros setores, como lazer e educação.

Até então, o Brasil importava a maior parte dos alimentos que consumia e justamente por isso, Paolinelli enxergou algo que nunca ninguém havia visto. Fomentou o setor agro, incentivando a agricultura e para que isso desse resultado, foi necessário investimento tecnológico com base na educação, atraindo estudantes de mestrado e doutorado a fim de encontrar meios que pudessem fazer do país uma potência no ramo.

Segundo ele, o objetivo era expandir a agricultura reduzindo ao máximo as importações de alimentos, tornando o Brasil autossuficiente a ponto de iniciar a exportação de outros insumos para países não produtores. “No final da década de 1960, mais precisamente em 1968, os EUA avisaram ao mundo que não conseguiriam mais atender a demanda por alimentos. Durante mais de 80 anos, foram eles os responsáveis por abastecer praticamente, todos os países. Isso gerou um caos tão grande que tivemos que pensar e agir. Fomentamos a educação a ponto de mandar estudantes para os quatro cantos do globo com a finalidade deles trazerem a expertise e know how para aplicarmos em solo brasileiro”, afirma.

E não parou por aí. À medida que os estudantes iam retornando ao país, eles traziam em sua bagagem conhecimento e colocavam em prática tudo que viram em suas estadias no exterior. Desta forma e com investimentos do setor público, foi possível mudar o cenário brasileiro e transformar o nosso país no maior exportador de alimentos do mundo.  

De acordo com ele, as mudanças foram tão visíveis que, a partir da década de 1980, o Brasil dominou o mercado nacional e passou a atender as demandas internas. “Passamos a produzir o que consumíamos e isso se estende até hoje. Temos os melhores produtos a preços mais baixos e com constância de ofertas. A segurança alimentar do mundo nos próximos 30 anos está nas mãos do Brasil”, completa.

Segundo o presidente da Minasul, José Marcos Rafael Magalhães, um passo muito importante para o país, que foi alçado ao posto de maior potência agrícola. “No nosso caso, somos hoje o maior produtor de café do mundo, com uma média de 40 milhões de sacas ao ano e a Minasul exporta o grão verde para mais de 25 países. Isso só foi possível porque tivemos pessoas como o ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli, que iniciou todo este movimento”, diz.

 

Sobre o Prêmio

A premiação do Nobel da Paz acontece na primeira quinzena de dezembro, em Oslo, capital da Noruega. O prêmio é  outorgado pelo Comitê Norueguês do Nobel (The Norwegian Nobel Committee), composto por cinco membros do parlamento responsáveis pelas normas de indicação, seleção dos candidatos e escolha dos ganhadores. Até hoje, ao menos 14 brasileiros foram indicados ao Nobel da Paz[i]

 

Laureados

Até 2020, o Nobel da Paz foi concedido a 107 indivíduos e 25 organizações. Dezessete mulheres ganharam o Prêmio Nobel da Paz, mais do que qualquer outro Prêmio Nobel. Apenas dois destinatários ganharam múltiplas vezes: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha ganhou três vezes (1917, 1944 e 1963) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados ganhou duas vezes (1954 e 1981). Lê Đức Thọ foi a única pessoa que se recusou a aceitar o Prêmio Nobel da Paz[ii].

 

Sobre Paolinelli

No dia 10 de julho de 1936, em Bambuí (MG), 270 km de distância da capital mineira, nascia Alysson Paolinelli. Aos 15 anos foi estudar em Lavras (MG) onde também se formou engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), em 1959. No mesmo ano, tornou-se professor de hidráulica, irrigação e drenagem na instituição, onde mais tarde ocuparia o cargo de diretor, até 1970.

No ano seguinte, foi convidado a comandar a secretaria de Agricultura de MG. Este cargo ocupou por três vezes. Em 1974 alçou o posto de Ministro da Agricultura e seguiu até 1979. Atuou no legislativo, foi presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e nas últimas duas décadas se destacou conquistando vários prêmios, entre eles o World Food Prize, em 2006, considerado o “Nobel da Alimentação” e em 2019 foi nomeado Embaixador da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

 

[i] https://observatorio3setor.org.br/carrossel/brasileiros-indicados-ao-premio-nobel-da-paz/

[ii] https://pt.wikipedia.org/wiki/Laureados_com_o_Nobel_da_Paz

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