Postado em 24/05/2022 | Compartilhar com


Frente fria: seguro rural traz segurança aos cafeicultores
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Frente fria: seguro rural traz segurança aos cafeicultores

 

Especialista recomenda seguro das lavouras. Mesmo em cima da hora, é possível contratar, mas o ideal é adquirir para os 12 meses do ano

 

Há cerca de um mês do início oficial do inverno aqui no hemisfério Sul, grande parte do Brasil experimentou uma prévia do que será a estação mais fria do ano, ainda em meados de maio. Alguns modelos apontam queda acentuada de temperatura e ocorrência de pelo menos dois episódios de geada. As previsões indicam geadas no início de junho e fim de julho.

De acordo com o Professor Luiz Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia, o fenômeno de julho poderá ser mais intenso.

Em alerta na cafeicultura, os especialistas dizem que uma das melhores alternativas é o seguro rural contra intempéries.

 

Tendência de resfriamento global

 

Atento ao cenário, o Conselho Nacional do Café (CNC) convidou o pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion para analisar o comportamento do clima no Sul de Minas, Mogiana Paulista, Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Bahia. A palestra virtual foi acompanhada com grande interesse pela cadeia cafeeira na última quarta-feira, 18 de maio.

Bacharel em Física, PhD em Meteorologia e Pós-Doutor em Hidrologia de Florestas, Molion é professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, e aparece em destaque entre os grandes meteorologistas brasileiros. Taxativo, disse que “a tendência é de resfriamento e não de aquecimento global”.

O pesquisador não se preocupa tanto com a falta de chuvas nessas regiões e sim com a entrada de massas polares muito fortes, especialmente entre 4 e 9 de junho e de 23 a 28 de julho – a mais severa delas.

Molion chama atenção para o zoneamento de riscos climáticos para o café em lavouras situadas nas baixadas. “Em caso de geada mais crítica, não existe método ou alternativa que possa salvar a lavoura. A maneira mais sensata é o produtor pegar o resultado de geadas anteriores e evitar o plantio nessas áreas da propriedade em que são bolsões de geadas. Olhar a face da terra onde planta o café”, aconselha.

O pesquisador conclui afirmando que “o resfriamento é pelos próximos 15 anos, em princípio, embora a pesquisadora russa Valentina Zharkova diga que o resfriamento vai se estender até 2050. Outro ponto é que a redução de chuvas de 10% a 15% nas serras de Minas Gerais é preocupante sim, mas impacta mais a geração de energia hidrelétrica do que a agricultura".

           

Lições de 2021

 

Em 20 de julho de 2021, os agricultores foram surpreendidos por uma forte onda de frio. Havia previsão de frio intenso — mas sem geada e ainda mais na intensidade que ela ocorreu — porém, ninguém se preveniu para tentar minimizar os danos. Na época, 40% dos cafezais na área da MINASUL foram danificados. O que se viu na região de Varginha foram cenas desoladoras, com plantas queimadas pelo ar gelado e perdas por pelo menos duas safras.

Agora, com os meteorologistas emitindo alertas seguidos e os primeiros sinais de frio confirmando as previsões, técnicos e produtores se mobilizam para proteger as lavouras.

Ao contrário do que houve em 2021, desta vez não há razões para o produtor ser surpreendido.

 

Seguro Rural deve ser hábito, diz especialista

 

Há uma possibilidade de que o que ocorreu em julho de 2021 volte a se repetir em 2022, e o seguro é uma alternativa para o cafeicultor que tem cafés plantados em áreas de baixada. A afirmação é de Diego Flávio Rosa, Diretor de Agronegócio da Gripp Seguros, empresa parceira da MINASUL. A orientação é que o cooperado busque suporte, caso ainda não tenha contratado a cobertura.

“O papel do seguro é indenizar o produtor rural para a recuperação da planta, cobrindo os custos de produção da lavoura”, explica. Isso permite ao produtor, junto com o técnico e a seguradora, definir o melhor manejo em caso de sinistros. As seguradoras usam percentuais para fixar cada indenização, que pode ser total ou parcial.

Diego Rosa conta, ainda, que há incentivos governamentais para aderir ao seguro. O governo federal subvenciona contratações interessado na proteção da cadeia econômica. O subsídio é de 40% sobre o custo total do seguro. “Um seguro que custaria R$ 1 mil sairia por R$ 600”, explica. Rosa cita a MINASUL como exemplo porque a Cooperativa investe na atualização de seus técnicos com o objetivo de estimular a cultura do seguro contra intempéries. “Uma das ações mais recentes foi um encontro promovido em março para discutir coberturas, formas de contratação e novidades do seguro. Isso facilita a comunicação entre com os cooperados no sentido de proteger e garantir a segurança das operações”.

Mesmo “de última hora” é possível contratar o seguro. “Naturalmente há ressalvas. Primeiro tem que se avaliar o período de carência para cobertura, tanto de granizo quanto de geada, e esse período varia de sete a quinze dias. Lavouras afetadas no ano anterior passam por uma análise técnica de viabilidade por parte da seguradora”, conclui Diego Rosa.

É comum fechar a janela de contratação de seguros quando a época mais fria do ano se aproxima, diante do maior risco de fenômenos climáticos prejudiciais às lavouras. Rosa aconselha o produtor rural a desenvolver o hábito de ter seguro durante os 12 meses do ano e não apenas em momentos críticos, para não correr o risco de pagar mais caro ou entrar no período de carência e ficar sem cobertura.

 

 

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