Postado em 06/08/2021 | Compartilhar com


Sucessão Familiar Fazenda Campestre
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Sucessão familiar e agricultura regenerativa:

Fazenda Campestre dá exemplo de sustentabilidade

 

A propriedade, em Varginha/MG, chega à quarta geração na gestão

 

 

A Fazenda Campestre, cooperada a Minasul, está localizada no noroeste de Varginha/MG, região Sul de Minas Gerais, que tem por suas características temperaturas amenas, relevo favorável e ainda possui toda a infraestrutura para logística de insumos e comercialização. Está na família do Mauri Oliveira há mais de 100 anos, sendo a quarta geração em produção de café e pecuária leiteira. As filhas do produtor rural, Naiara e Noêmia estão lado a lado na gestão da propriedade que envolve mais de 25 famílias.

 

A produção média anual é de cinco mil sacas de café. Só na safra passada, eles tiveram mais de 70% da produção foi pontuada como cafés especiais. Com a chegada da Naiara, há cinco anos, o proprietário passou a se dedicar às atividades operacionais. É o que diz a filha sobre o trabalho em família. “Hoje estamos bem estruturados como equipe, meu pai, minha irmã e eu. Os primeiros anos foram muito difíceis porque a gente faz um choque de realidade entre a teoria e a prática. Eu vim com a bagagem de uma universidade enquanto meu pai possuía uma vivência no campo. Todo dia aprendemos algo novo”.

 

O ano de 2013 foi um divisor de águas para a Campestre. Naquele ano, eles foram finalistas do 21º Concurso Qualidade Minasul de Café e, graças a parceria da Minasul com o grupo Mitsubishi, através da MC Coffees e MC Foods, eles tiveram os lotes vencedores do Concurso, exportados para o Japão. A primogênita Noêmia conta da emoção que sentiu ao saber que o nome da Fazenda e da família chegaria a um dos mercados mais exigentes em questão de qualidade de cafés. “Naquela época eu já havia terminado a faculdade e falava constantemente para o meu pai que tínhamos que tentar algo diferente, participar de algo que nunca havíamos tentado. Depois de muita insistência, ele me ouviu e inscrevi a Campestre no concurso da Minasul e, também, no Cup of Excellence, promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Com o resultado dos concursos, consegui provar para meu pai que estávamos no caminho certo”.

 

Aquilo foi só um começo. Os lotes enviados ao exterior agradaram aos paladares orientais e um blend foi desenvolvido para comercialização dos cafés produzidos pela família. No ano seguinte, algumas torrefações japonesas estiveram no Brasil para conhecer de perto o trabalho na fazenda e o processo de produção de cafés. Essa visita foi fundamental para fidelizar esses clientes que possuem no portfólio deles o blend da Fazenda Campestre. A motivação foi tão grande que a propriedade vem se mantendo em destaque pela qualidade dos seus cafés a cada safra.

 

Outro ponto importante para a família, é a sustentabilidade. A sucessão familiar começa desde a base operacional. Na Campestre trabalham famílias inteiras já há mais de quatro décadas que já chegam a 3ª geração de trabalho rural. “Eu tenho colaboradores comigo há 45 anos, meus funcionários todos tem mais de 20 anos de trabalho na Campestre. Eu acho que fomos subindo um degrau por vez e estamos melhorando a cada etapa”, comenta Mauri.

 

No quesito ambiental, eles dão um show de exemplo em agricultura regenerativa. “Hoje a gente fala em sustentabilidade 360º na fazenda, desde o plantio até a colheita e pós colheita. Posso dar um exemplo que é nossa casca de café que, após o benefício, é transformada em cama pro gado e, após o uso, nós misturamos com o esterco para transformar tudo num composto orgânico que retorna para a lavoura como adubo. Inclusive, o combustível utilizado nas fornalhas vem da madeira do eucalipto cultivado na própria fazenda. Nosso ciclo envolve toda a propriedade”, enfatiza Naiara.

 

Já o patriarca conta que, antes mesmo das filhas nascerem, já se preocupava com o futuro, não só da Campestre em si, como também dos recursos que ela oferece. É nas suas terras que brotam 10 nascentes de água – principais afluentes para o abastecimento da região Sul de Minas. Segundo Mauri, é um trabalho que requer, acima de tudo, conscientização de toda a equipe. “Assim que percebi que a fazenda possuía essas nascentes eu comecei um trabalho de proteção no entorno. Cerca de 10 anos após essas iniciativas, percebi que o volume de água aumentou muito. É muito gratificante pra mim, hoje, ver que todo o esforço que eu e minha equipe temos há décadas, para garantir a preservação hídrica, deu resultado”. E conclui: “tudo na vida requer dedicação e amor com o que se faz e o que se produz. Eu produzo alimento. E eu cuido dos recursos necessários para que eu possa continuar a alimentar o mundo”.

 

 

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